O Caso do Tenente-Coronel Mauro Cid
Introdução
O tenente-coronel Mauro Cid fez uma confissão surpreendente à Polícia Federal. Ele admitiu ter entregue nas mãos do ex-presidente Jair Bolsonaro parte do dinheiro da venda de relógios de luxo recebidos como presentes de Estado.
Detalhes da Confissão
O valor entregue foi de US$ 68 mil, dividido em parcelas, com uma parte repassada em solo americano e outra no Brasil. O dinheiro da venda dos relógios Rolex e Patek Philippe foi depositado na conta do pai de Cid, o general da reserva Mauro Lourena Cid, sacado e entregue diretamente para o ex-presidente em mãos.
A Visão de Cid
Cid, que foi ajudante de ordens na Presidência sob Bolsonaro, disse achar que a venda poderia ser imoral, mas não ilegal. Bolsonaro tem negado recebimento de dinheiro referente à venda de joias. A defesa do ex-presidente chegou a colocar a movimentação bancária à disposição das autoridades e disse que ele “jamais apropriou-se ou desviou quaisquer bens públicos”.
A Fraude nos Cartões de Vacinação
Cid também confessou que foi dele a responsabilidade por fraudar os cartões de vacinação de Bolsonaro, auxiliares, sua esposa, Gabriela Cid, e filhas. Segundo a Veja, o objetivo era ter um salvo-conduto para ser usado caso a família fosse alvo de eventuais perseguições após a mudança do governo.
A Liberdade de Cid
Ele deixou a cadeia no último sábado (9), após o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), homologar acordo de delação premiada com a Polícia Federal. Cid precisa usar tornozeleira eletrônica, não pode manter contato com outros investigados, a não ser familiares, e tem de se apresentar semanalmente à Justiça do Distrito Federal.
Consequências do Descumprimento
O juiz afirmou que o descumprimento de qualquer uma das medidas alternativas à prisão resultará na decretação de uma nova prisão.
A Posição da Procuradoria-Geral da República
Em publicação em rede social, o chefe da Procuradoria-Geral da República, Augusto Aras, afirmou no sábado que o órgão não concorda com acordos de colaboração firmados pela PF, como foi o caso do acordo celebrado pelo militar.
A Visão de Bolsonaro
No início da semana, Bolsonaro disse à Folha que Cid “é uma pessoa decente e de bom caráter”. “Ele não vai inventar nada, até porque o que ele falar, vai ter que comprovar.” Bolsonaro expressou tristeza com a situação de Cid e afirmou: “Sempre o tratei como um filho meu. Eu sinto tristeza com o que está acontecendo, né? Eu não queria que ele estivesse nessa situação. Ele é investigado desde 2021. Por fake news? Por causa das minhas lives, em que eu falava de Covid-19? Qual é a tipificação de fake news no Código Penal? Não tem.”
Conclusão
Este caso ainda está em andamento e as investigações continuam. É importante lembrar que todos são inocentes até que se prove o contrário. Fique atento às últimas notícias para acompanhar os desdobramentos deste caso.